Vazamento de oxigênio puro do Hospital atingiu parte do bairro na zona sul de Marília
Um rapaz que foi preso após furtar duas vezes seguidas na mesma madrugada canos de metal do sistema de resfriamento de gás do Hospital São Francisco, na zona sul e provocar riscos de explosão e pânico pelo vazamento de oxigênio puro, foi condenado a 3 anos, 7 meses e 16 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Ele também deverá pagar pela reparação dos danos, avaliados em R$ 2.200,00. A decisão é da juíza Josiane Patrícia Cabrini Martins Machado, da 1ª Vara Criminal do Fórum de Marília e o réu, que está preso, não poderá recorrer em liberdade.
O CASO
Conforme os autos, Jhonata Anselmo, foi denunciado porque, no dia 30 de dezembro de 2022, por volta de 21h, na Rua Coronel Moreira César, Jardim Monte Castelo, mediante escalada, furtou aproximadamente 1,5 metro de cano de cobre do sistema de resfriamento de oxigênio e um pedestal de inox de um manômetro, pertencentes ao Hospital São Francisco.
O sistema é usado no Centro Cirúrgico e outros departamentos do Hospital. Devido ao risco de explosão, e por ser tóxico o oxigênio puro, vizinhos precisaram deixar suas casas por algumas horas, mas a situação foi normalizada horas depois. Apesar do susto, ninguém se feriu. Para que os procedimentos agendados não fossem cancelados, a unidade passou a utilizar cilindros de oxigênio avulsos. Houve o vazamento de 1,4 mil metros cúbicos de oxigênio puro e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo foi informado sobre a intercorrência.
O acusado atacou o local duas vezes na mesma madrugada. Foi preso na segunda tentativa de furtar mais canos de cobre do sistema de resfriamento de oxigênio pertencentes ao referido nosocômio, mas acabou preso em flagrante.
Um porteiro do Hospital São Francisco relatou na data dos fatos que visualizou pelo sistema de monitoramento que uma pessoa do sexo masculino, baixo, trajando camiseta preta e bermuda, aparentando ser morador de rua, entrou por meio de um muro que já estava danificado localizado nos fundos do hospital e em seguida adentrou em um local restrito e gradeado e murado (muro medindo aprox. 2 metros de altura) de onde subtraiu canos de cobre do sistema de resfriamento de oxigênio e um pedestal de inox de um manômetro. Informa o declarante que diante disso acionou a Polícia Militar, que compareceu ao local, porém, os policiais não localizaram o autor. Por volta das 2 horas do dia 31 de dezembro 2022, o porteiro visualizou pelo sistema de monitoramento que a mesma pessoa retornou ao hospital e estaria furtando mais canos de cobre pertencente ao resfriamento do oxigênio medicinal, sendo que diante disso, acionou a PM que novamente compareceu ao local e no momento em que os policiais vistoriaram o local restrito, surpreenderam um rapaz posteriormente identificada como Jhonata Anselmo cortando canos de cobre com uma chave turquesa e uma faca.
Salientou que o sistema de resfriamento de oxigênio foi interrompido devido a subtração do cano de cobre prejudicando o atendimento de pacientes do local. O local possui câmeras de segurança que flagraram a ação do autor.
DEFESA
O acusado Jhonata Anselmo, na CPJ, manifestou o desejo de permanecer calado e falar somente em juízo. Em seu interrogatório judicial, confirmou a prática dos delitos. Contou que não tinha o costume de praticar furtos. Trabalha com artes e pintura em piso, azulejo e madeira, sendo que, na noite do crime, não tinha feito qualquer venda e, como havia comprado droga fiado e o prazo para pagamento havia encerrado, acabou praticando o furto. Contou que havia um buraco no muro (de mais ou menos um palmo) e acabou alargando um pouco mais para entrar. Confirmou ter entrado duas vezes no local pelo buraco do muro.
Observa-se, que o orçamento incluído nos autos sobre os custos para reparo do tanque e acessório indicou o valor de R$2.200,00, incluindo os materiais necessários e a mãe de obra, o qual deve ser fixado como valor mínimo para a reparação dos danos causados à vítima em razão do crime.
Comentários