
O então prefeito Daniel Alonso com o presidente do Cacam, Hederaldo Benetti, na sede da entidade em agosto de 2023
O presidente afastado do (Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente de Marília (CACAM), empresário Hederaldo Benetti, disse ao JORNAL DO POVO que a prorrogação por mais dois meses da intervenção na entidade foi um pedido dele e outros diretores em reunião com a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Sandra Roim.
"Entendemos que esse prazo é necessário para que ela, que assumiu o cargo no início deste mês, tome pé da situação do Cacam", explicou Benetti.
A intervenção na entidade foi determinada pelo ex-prefeito Daniel Alonso (PL) em julho do ano passado, após ação do Ministério Público Estadual. Deveria terminar no dia 13 de novembro, mas foi prorrogada até o último dia 13.
Após a intervenção, a Prefeitura abriu um processo administrativo para investigar possíveis irregularidades no Cacam, criado em 1992 pelo Rotary Club Marília Leste.
"Não tinha irregularidade nenhuma. Estávamos atendendo 42 crianças enquanto a estrutura da entidade era para atendimento a 20 crianças. Nós mesmos relatamos a situação ao Ministério Público", disse Benetti.
Ele afirmou que a sindicância aberta pela Corregedoria-Geral do Município protelou no final do ano passado depoimentos de pessoas arroladas pela defesa da diretoria afastada.
"Impediram de forma proposital depoimentos de várias pessoas indicadas por nós, inclusive do então prefeito Daniel Alonso, do secretário da Administração, Cássio Luiz Pinto Júnior e de parceiros da entidade. Conseguiram com isso o que queriam, que era jogar o processo administrativo para a atual gestão".
Benetti afirmou que não pretende polemizar, "mexer muito", mas disse que é preciso "abrir a caixa preta, fazer uma auditoria sobre os interventores no Cacam" e apurar o que fizeram com verbas conquistadas pela diretoria afastada.
"Dinheiro de emendas de vereadores, dinheiro de doação do Banco Itaú, por intermédio do vereador Eduardo Nascimento. Cadê, onde e como foram gastos?", questionou o presidente afastado.
Ele não mencionou o valor total que teria sido movimentado pelos interventores. "É preciso abrir as contas bancárias, verificar. Emendas de R$ 80 mil de vereadores, emendas de R$ 250 mil de deputados e a verba de R$ 50 mil doada pelo Banco Itaú, que tinha destino certo", relatou.
Benetti disse que não houve nenhuma restrição por parte da diretoria afastada em relação à interventora da entidade, Mônica de Vasconcelos.
"Não negamos acesso à documentações, contas bancárias, nada. Ela exigiu apenas chave do portão de entrada do Cacam e explicamos que o portão era automático, sem chave".

Matéria tendenciosa, 250 mil de emendas estão tramitando (100 mil da Dani Alonso e 150 mil do capitão Augusto). Atraso devido à incompetência da gestão que está sofrendo a intervenção
Antes de abrir a caixa preta da intervenção vai ser aberto a caixa de esgoto