A concessão do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) está remontando impactos na gestão do prefeito Vinicius Camarinha (PSDB). Antes da posse, ele anunciou o ex-vice-prefeito de Tarumã, Fernandes Baratela, como futuro presidente da Agência Municipal de Água e Esgoto de Marília (Amae), em substituição ao engenheiro João Carlos Polegato.
No ato da nomeação, entretanto, o prefeito ficou sabendo que por forçado estatuto da entidade, não poderia efetivar a nomeação de Baratela. Isso porque o mandato de Polegato vai até setembro de 2028 (último ano da atual gestão).
Polegato foi nomeado para o cargo em setembro passado pelo então prefeito Daniel Alonso. Ele já havia ocupado o cargo de diretor do Daem na primeira gestão de Vinicius Camarinha (2013/2016).
Diante do imbróglio, Vinicius nomeou Baratela como assessor especial de Assuntos Estratégicos, cargo vinculado diretamente ao gabinete do Executivo.
Um dia depois, Baratela foi exonerado do cargo e nomeado como secretário municipal de Suprimentos.
Vinicius pretende encaminhar à Câmara Municipal um projeto de lei para alterar o estatuto da Amae e permitir a nomeação de Baratela como presidente da entidade. Portanto, resta a Baratela dizer: "nunca diga desta água não beberei".
Fernandes Baratela: pulando de cargo em cargo
PRESSÃO PARA ANULAÇÃO DA CONCESSÃO DO DAEM
Vinicius Camarinha acelera o discurso que norteou sua campanha eleitoral, com a promessa de lutar para anular o processo de concessão do Daem.
As 9h30 da manhã desta quinta-feira (9), ele vai reunir no auditório do gabinete da Prefeitura vereadores, procuradores, secretários, assessores, técnicos e representantes da sociedade civil para anunciar medidas de avanços no cumprimento da referida promessa.
Vinicius vem embalado pela boa repercussão da suspensão do funcionamento dos radares fixos de controle de velocidade, no sábado passado.
Procuradores jurídicos e técnicos da Prefeitura de Marília estão debruçados sobre o contrato de concessão do Daem, efetivado pelo ex-prefeito Daniel Alonso em setembro passado. O contrato tem validade de 35 anos.
"Um contrato nocivo, que não trouxe nenhum benefício para o Município, nenhuma contrapartida. Uma concessão suspeita que está gerando prejuízos à Prefeitura".
Vinicius ressaltou que não é contra a concessão do Daem. "Ocorre que o formato que esse processo e contrato foram feitos pelo ex-prefeito são péssimos. Em outras cidades onde ocorreram concessões desse tipo, a Prefeitura recebeu boa outorga. Em Ourinhos, por exemplo, cidade com cerca de 80 mil habitantes, a Prefeitura fez a concessão do departamento de água por R$ 277 milhões. Aqui em Marília, a Prefeitura ficou com um prejuízo de R$ 2 milhões por mês para pagar funcionários que saíram do Daem após a concessão. Um absurdo e estamos procurando uma forma legal de reverter esta situação que penaliza a população".
Outra questão que vem sendo levantada é quanto a capacidade técnica da empresa RIC Ambiental, criada com foco na concessão do Daem. Não houve, ainda, nenhum avanço estrutural e os problemas de falta de água persistem e causam transtornos em várias regiões de Marília. Apesar disso, a concessionária já reajustou os valores das contas de água um mês após assumir o Daem.
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