O ex-assessor do gabinete da secretaria municipal de Obras Públicas, Guilherme Fernandes dos Reis, o Burcão, cuja exoneração do cargo comissionado na Prefeitura no mês passado gerou muita polêmica, esteve na tarde desta segunda-feira (6) na Prefeitura, reunido com o chefe de gabinete, Levi Gomes.
Perguntado pelo JORNAL DO POVO, ao sair do encontro, sobre sua eventual recontratação pela Administração Municipal, Burcão resumiu: "a pressão continua grande". Ele se referia à pressão de vereadores que pediram a cabeça dele.
"POLÍTICA NOJENTA"
Burcão, que atua na comunidade da Vila Barros, na zona norte de Marília, estava há pouco mais de um ano e sete meses no cargo, quando foi exonerado no dia 18 do mês passado.
"Me chamaram no gabinete ontem e me falaram da pressão dos vereadores. Eu já vinha sofrendo várias ameaças nos últimos tempos com eles (vereadores) falando, vamos te derrubar, vamos te derrubar. Eu não entendi o por que do derrubar deles, porque eu estava atendendo a população. Foi uma surpresa, porque achei que não ia chegar nesse ponto", disse Burcão, no dia da exoneração.
O ex-comissionado disse que vereadores alegaram que ele estava usando a máquina para se promover. "Não é isso. Eu usei a máquina para trabalhar pela população, devolvendo que a população o que ela paga de impostos", explicou. Ele foi candidato a vereador em 2020 pelo PL e obteve cerca de 1.310 votos.
Outra questão apontada por Burcão foi a festa do dia da crianças que ele fez este mês, reunindo centenas de pessoas principalmente em sua base, Vila Barros, na zona norte e em alguns distritos da cidade, com distribuição de brinquedos, sorteios de prêmios e cestas básicas.
"Isso eu faço há mais de dez anos, sem recursos, com ajuda de voluntários. Hoje a Prefeitura ajuda porque a gente luta através do direito nosso".
Burcão disse ainda que vereadores pressionaram o prefeito para sua exoneração. "Se isso não ocorresse, eles iriam se voltar contra o prefeito".
O ex-comissionado apontou que os vereadores que "pediram cabeça dele" foram Rogerinho, professora Daniela, Marcos Rezende e Luiz Nardi. "O Rogerinho até zombou de mim, me chamando de engenheiro", comentou.
Atribuiu isso ao fato dele ter coordenado reformas no Estádio Varzeano Pedro Sola. "Uma empresa pediu R$ 10 milhões para fazer os serviços. Eu enchi uma kombi de reeducando, fomos lá e fizemos o possível. Hoje a mudança é visível pelo que fizemos lá em três meses", disse Burcão.
Ele resumiu toda a situação em uma frase. "A política chega a ser nojenta".
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